20/08/2024

A Chionetti carrega uma história de profunda ligação com a terra e respeito inabalável pelo terroir. Foi a primeira vinícola do Langhe, no Piemonte, a elaborar vinhos com a uva Dolcetto de parcelas distintas e incluir o nome da vinha no rótulo, produzindo vinhos que refletem a verdadeira expressão do Langhe.

Atualmente, a Chionetti elabora aproximadamente 85.000 garrafas ao ano. A maior parte da produção está sob a denominação de origem Dogliani DOCG, uma zona que se reserva à elaboração de vinhos exclusivamente com a uva Dolcetto.

A área geográfica de Dogliani DOCG está na parte sul do Langhe, no Piemonte, mais próxima às montanhas dos Apeninos da Ligúria e dos Alpes Marítimos. Uma região mais alta e fresca, com clima adequado à Dolcetto, que sofre com o calor excessivo.

Além da Dolcetto, há o cultivo de Nebbiolo, para a elaboração de Barolo. Vinhos com uma pequena e restrita produção, mas que têm grande destaque internacional.

História

A história da Azienda Chionetti remonta ao início do século XIX, uma época em que muitas famílias na região do Langhe, no norte da Itália, dependiam do cultivo e comercialização de uvas, especialmente a variedade Dolcetto. A família Chionetti, seguindo essa tradição, decidiu em 1912 dar um passo adiante e comprar uma vinha em San Luigi para vinificar e comercializar seus próprios vinhos.

Giuseppe Chionetti, junto com seu filho Andrea, foi pioneiro em engarrafar em Dogliani seus próprios Dolcettos e a destacar nos rótulos os nomes das vinhas de origem, criando os primeiros "crus" da região. Essa iniciativa refletia a cultura local de reconhecer os melhores terroirs para a viticultura.

Em 1988, quando o caminho traçado nas décadas anteriores começou a dar frutos, um terrível acidente de trânsito tirou a vida de Andrea e sua filha primogênita, Elena. A tragédia forjou um período desafiador e deu início a uma importante colaboração do renomado enólogo piemontês Giuseppe Caviola e a participação de Maria, viúva de Andrea, para internacionalização e modernização da empresa.

Vinhedos e cultivo

A Azienda Chionetti possui 14 hectares de vinhedos divididos entre as variedades Dolcetto, Nebbiolo, Barbera e Riesling. A Dolcetto nasce em Dogliani, no sudoeste de Langhe, uma zona centenária e uma das mais antigas do Piemonte, no que diz respeito ao cultivo e vinificação da casta.

A região possui solos antigos ricos em carbonato de cálcio, com colinas altas e mais próximas aos Alpes Marítimos, onde as temperaturas médias permanecem mais baixas e consequentemente os vinhos são mais elegantes e frescos.

A Nebbiolo é cultivada na província de Cuneo e dá origem aos vinhos sob a DOCG Barolo. Todos os vinhedos têm a classificação Cru. O Barolo Pianpolvere nasce na comuna de Monforte d’Alba, reconhecido como único cru da região de Bussia. O vinhedo está localizado no cume da colina, cerca de 400 metros acima do nível do mar, em um solo leve e argiloso com certa quantidade de areia e cascalho.

A vinha do Barolo Parussi está em Castiglione Falletto e do Barolo Roncaglie em La Morra. A Barbera cresce na vinha San Sebastiano em Monforte, e a Riesling, introduzida em 2019, está na aldeia Martina em Dogliani, a cerca de 600 metros acima do nível do mar, uma zona muito adequada da chamada Alta Langa.

A empresa adota uma abordagem sustentável e amiga da natureza na gestão das suas vinhas, seguindo os princípios da agricultura biológica, com rejeição aos herbicidas. O sistema de poda da vinha é o Guyot e a maior parte das operações no vinhedo é realizada manualmente. O desbaste é efetuado desde o início da maturação das uvas, seguido de criteriosa seleção dos cachos durante a vindima.

Vinificação

Os vinhos sob a DOC Dogliani são elaborados com a variedade Dolcetto, vindimadas em setembro. A fermentação alcoólica acontece logo após a colheita, ainda em setembro. Os vinhos envelhecem por aproximadamente um ano principalmente em tanques de concreto e, em menor quantidade, em grandes barricas de carvalho francês.

As uvas Nebbiolo para os vinhos Barolo DOCG são colhidas em outubro e logo seguem para a cantina onde são submetidas à fermentação alcoólica em cubas de madeira em temperaturas moderadas, seguindo para estágio em grandes barricas de carvalho francês tostado. Nenhum vinho tinto da Chionetti é filtrado.

O único vinho branco elaborado pela Chionetti é feito a partir da variedade Riesling Renano, colhida em setembro. O vinho permanece por oito meses sur lie em tanque de aço inox termocontrolado, para preservar o frescor e acidez, mas aportar complexidade e textura.

Vinhos

Os vinhos Chionetti variam de ano para ano, pois refletem as condições climáticas de cada colheita. A essência e autenticidade permanecem constantes, em nome do terroir. A escolha de exibir os nomes dos crus e dos vinhedos individuais representa a interpretação do vinho, que visa refletir as especificidades características das vinhas e do solo de origem.

Os vinhos elaborados incorporam o estilo e a identidade da família. A Chionetti preza por elaborar vinhos frescos, com acidez elevada, taninos marcados, mas sedosos. Os aromas e sabores são de frutas com notas balsâmicas e terrosas. A marca registrada da Chionetti é a elegância.

Os vinhos sob a denominação Barolo são todos elaborados com uvas oriundas de vinhedos classificados como Crus. O Barolo Bussia Vigna Pianpolvere é a menor produção da casa, com apenas 1.900 garrafas de vinho por safra. Pianpolvere é uma área de grande tradição para Barolo di Monforte d'Alba; já foi considerado um cru independente e agora faz parte do maior cru de Bussia. É um vinho que traz sensação de frescura aliada a grande complexidade; final longo e taninos importantes, mas sedosos.

O Barolo Parussi é de um cru homônimo do município de Castiglione Falletto, com a produção de três mil garrafas por ano e o Roncaglie é um cru do município de La Morra, que produz 4.400 garrafas a cada vindima. Os diferentes tipos de solo e exposição solar refletem-se em grande equilíbrio no primeiro e em elegância e delicadeza no segundo, ambos unidos por um estilo clássico ímpar.

O único vinho branco da vinícola é elaborado com a variedade Riesling Renano, cultivada no município de Dogliani, na colina Martina, na divisa da Alta Langa. O vinhedo tem condução orgânica e está a 600 metros acima do nível do mar, o ponto mais alto cultivado pela família. São solos pobres e pouco profundos, com risco de seca estival, que se torna útil ao projeto por conferir personalidade e mineralidade ao vinho.

O vinho retrata a busca da família por aromas e sabores distintos, oferecendo uma alternativa aos famosos grandes tintos piemonteses elaborados em Dogliani e que descansam na cave da Chionetti.

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