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Champagne Huré Frères


24/09/2024


A Champagne Huré Frères foi fundada em 1960 por Georges Huré, fruto do desejo do casal Huré de viver da vinicultura. Em 1971, Georges adquiriu uma propriedade na Montagne de Reims, onde, com a ajuda de seus filhos, começou a produzir champagne.

A Montagne de Reims é uma das cinco sub-regiões da famosa região de Champagne, na França, conhecida por seus vinhos robustos e de paladar fresco, que são referência mundial na produção de Pinot Noir e Meunier. Embora o Pinot Noir represente 41% das plantações, há também 33% de Meunier e 26% de Chardonnay.

Os vinhedos são plantados principalmente no lado norte do planalto, onde a exposição solar é menor. Por essa razão, a Chardonnay, que necessita de mais sol, é menos comum, ficando em terceiro lugar nas plantações, atrás do Meunier e do Pinot Noir. No entanto, essa exposição ao norte proporciona vinhos com uma acidez notável, muita finesse e aromas e sabores delicados de frutas.

A Montagne de Reims cobre mais de 94 vilarejos situados entre as icônicas cidades de Reims e Épernay. A região se estende por cerca de 30 km de comprimento e 6 a 10 km de largura, com uma altitude média de 80 metros acima do nível do mar, atingindo 298 metros em seu ponto mais alto. A parte superior da montanha é coberta por uma densa e exuberante floresta. É nessa área que estão alguns dos vinhedos mais antigos e respeitados de Champagne.


História


A história da casa de champagne Huré Frères começa em 1960, quando Georges Huré comprou uma propriedade em Ludes, na Montagne de Reims, para realizar o sonho de sua esposa, Jeanne Huré, de viver da vinicultura

Em 1971, Georges passou a responsabilidade de gerir a propriedade para seus três filhos: Jean Marie, Marc e Raoul, que começaram praticamente do zero a produção de champagne.

Já em 2008, François Huré, neto de Georges, adquiriu a propriedade inteiramente e assumiu a liderança da vinícola após acumular experiências internacionais, incluindo um diploma em enologia em Dijon e trabalhos em vinhedos na Austrália e Nova Zelândia. Inicialmente, François seguiu os passos de seu pai e tios, mas, em 2012, decidiu implementar sua própria visão na produção de vinhos.

Em 2013, Pierre Huré, irmão de François, uniu-se à operação, e juntos eles lideraram a transformação da propriedade, adotando práticas orgânicas e biodinâmicas, ao mesmo tempo em que preservavam a tradição familiar.


Vinhedos e cultivo


A família Huré possui 10 hectares de vinhedos espalhados pelas vilas de Ludes, Villedomange, Brouillet, Serzy, Prin e Vavray. Os vinhedos cultivam 41% Pinot Noir, 33% Meunier e 26% Chardonnay. Todas as vinhas estão plantadas a norte. Eles possuem algumas das vinhas mais antigas da região, com Chardonnay plantado em 1974, Pinot Noir em 1979 e Meunier em 1963.

Os vinhedos de Ludes e Villedommange são classificados como Premier Cru. Ludes, com seu terroir argilo-calcário, produz vinhos elegantes com grande potencial de envelhecimento, enquanto Villedommange, com solo predominantemente de cascalho, resulta em vinhos equilibrados com aromas de frutas amarelas.

Já no Vale do Ardre, nas vilas de Brouillet e Serzy-Prin, o solo argiloso e arenoso proporciona vinhos frescos, com notas cítricas, de pêssego e pêra. O vinhedo de Vavray-le-Grand, o mais jovem da propriedade, está localizado em um terreno calcário rígido, originando vinhos com grande mineralidade, tensão e frescor aromático.

Desde 2006, a vinícola adota uma abordagem sustentável, eliminando o uso de herbicidas e pesticidas e implementando métodos biodinâmicos nos vinhedos com o foco em criar um terroir vivo.

François Huré, ao viajar pelo mundo, compreendeu a importância da terra na produção de vinhos e, inspirado pela Borgonha, decidiu tratar cada parcela de forma individual. Durante sua experiência com Jean-Pierre Fleury, o primeiro viticultor de Champagne a adotar o cultivo biodinâmico, François aprofundou seus conhecimentos no tema e, em 2012, decidiu transformar a vinícola em uma operação totalmente orgânica.

No entanto, após 21 dias de chuva em junho de 2012, que levaram 35% da colheita daquele ano, François percebeu a dificuldade de gerir tudo sozinho. Ele então convidou seu irmão Pierre para se juntar à operação, onde Pierre assumiu a responsabilidade pelos vinhedos, enquanto François se concentrou na produção dos vinhos e no gerenciamento das adegas.

Com a chegada de Pierre, o trabalho manual nos vinhedos aumentou, embora os rendimentos tenham diminuído. A família aboliu o uso de herbicidas e passou a utilizar apenas compostos orgânicos para enriquecer o solo, permitindo que as videiras amadureçam melhor. O solo é minimamente arado, favorecendo o crescimento da vegetação natural entre as fileiras de vinhas, e as folhas ao redor das uvas são removidas apenas nos lados leste e norte, para garantir a maturação ideal das frutas.


Vinificação


Na Huré Frères, valoriza-se a diversidade das condições naturais, e cada vila, variedade de uva e parcela é vinificada individualmente, sempre que possível. Esse processo permite que as características distintas de cada terroir e cepa se expressem de forma única. A vinícola segue uma filosofia de mínima intervenção, assegurando que os vinhos expressem de forma autêntica a singularidade da região.

A vinificação separada de cada terroir é essencial para garantir a regularidade, delicadeza e precisão dos lotes. Antes da colheita, as uvas já são selecionadas no vinhedo e, ao chegarem à adega, são prensadas em até cinco horas, para garantir o frescor e a integridade das frutas. Na adega, a vinícola utiliza uma mistura de tanques de aço inoxidável, foudres e pequenos barris usados, ajustando o envelhecimento conforme o potencial de cada colheita.

Desde 1982, a Huré Frères utiliza o método solera para misturar vinhos de reserva com safras mais recentes, garantindo consistência e qualidade nos champagnes. A solera da vinícola preserva mais de 30 safras diferentes, mantendo a "memória" da casa.

Os vinhos da Huré Frères passam por um longo período de envelhecimento sobre as borras. O "Invitation" Brut Réserve, por exemplo, é envelhecido por uma média de três anos, enquanto a linha "Instantanée" envelhece por seis anos. As cuvées varietais da série "4 Éléments", que passam por fermentação em barris de carvalho de 600 litros, são sempre lançadas como vinhos safrados, representando o caráter único de cada safra.

Outro diferencial da vinícola é que todos os champagnes são produzidos sem fermentação malolática, garantindo vinhos com frescor e acidez vibrante. Além disso, todos os champagnes são veganos. Recentemente, a vinícola expandiu suas instalações ao adquirir a adega de um produtor vizinho, o que permite um armazenamento ideal dos vinhos.

Com uma produção anual de cerca de 90.000 garrafas, a Champagne Huré Frères continua comprometida com a qualidade e a sustentabilidade, sendo referência de excelência na região de Champagne.


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