16/07/2024
A Toscana é uma das regiões italianas com maior tradição na elaboração de vinhos. Antes das mudanças nas últimas décadas, com vinícolas sendo criadas por enólogos, milionários e celebridades, a produção de vinho se concentrava em propriedades rurais com longa história. Boa parte dos senhores destas terras vivia nos grandes centros urbanos, com suas vastas fazendas cultivadas por camponeses em regime de divisão da produção.
Montalcino, porém, era diferente. Por conta de sua distância dos grandes centros urbanos, seus proprietários de terra viviam nas suas propriedades e se envolviam diretamente no cultivo. E isso criou um vínculo com a terra não visto em grande parte da Toscana. Se no Brasil dizemos que o “o olho do dono engorda o boi”, em Montalcino foram os vinhedos que ganharam mais atenção. Alguns destes proprietários tradicionais mantiveram seu vínculo com a terra, entre eles os Mantengoli. E isso é um importante diferencial da La Rasina.
História
La Rasina segue, por várias gerações, sendo de propriedade da família Mantengoli, que faz parte do seleto grupo de oito famílias com grandes áreas agrícolas na região de Montalcino. A cerca de 70 anos a propriedade original, muito maior, foi dividida, criando a versão atual da La Rasina (45 hectares). Por muito tempo, La Rasina se destacou pela policultura e cultivo de animais, até que Vasco Mantengoli ampliou a parcela da viticultura na segunda metade da década de 1980.
Ele engarrafou os primeiros vinhos, contando com Attilio Pagli como enólogo, mas ainda com produção em pequena escala. Em 1997 ele passou o controle da propriedade, na época com 3,5 hectares de vinhedos, para seu filho Marco Mantengoli, então com 19 anos. Marco cursou enologia e começou a ampliar a área de vinhedos, mas sempre mantendo as tradições e conhecimentos ancestrais dos agricultores locais. Esta bagagem hoje faz a diferença, até por conta da especialização no cultivo da Sangiovese.
Vinhedos
Atualmente, La Rasina conta com 14 hectares de vinhedos, todos próprios e nas cercanias da vinícola. A policultura não foi abandonada, pois o cultivo das videiras é complementado com colheitas de azeitonas e grãos. Porém, seu grande diferencial está na viticultura. Situada na parte leste de Montalcino, recebe exposição solar pela manhã, com boa ventilação e orientação leste (com vista para o Val d’Orcia). Isso permite uvas saudáveis e de ótimo equilíbrio.
A maior parte das videiras, plantadas exclusivamente com a Sangiovese, tem idade entre 10 e 20 anos, com uso de plantas obtidas por seleção massal. Um dos destaques dos vinhedos é uma parcela de 40 anos de idade, plantada por Vasco. A partir de 2017, os vinhedos receberam certificação orgânica, embora os princípios orgânicos já fossem usados há décadas.
Vinificação
Os cuidados nos vinhedos acabam se refletindo na menor necessidade de intervenção na cantina. Após colheita manual, as uvas são 100% desengaçadas, com fermentações em tanques de aço inox. Há uso exclusivo de leveduras indígenas e bâtonnage regular, com macerações médias a longas. Os vinhos passam por leve filtração, mas sem colagem e o uso de sulfitos fica bem abaixo das regras da certificação orgânica.
Em termos do envelhecimento em carvalho, há uso tanto de barricas como botti, em um estilo que combina técnicas tradicionalistas e modernistas. O envelhecimento da maioria dos vinhos começa em barricas de 225 litros, para garantir maior oxigenação e mais contato com o carvalho. O objetivo é uma melhor integração das lias presentes no vinho. Posteriormente, os vinhos seguem para formatos maiores, como os tradicionais botti de 50hl da região.
Vinhos de entrada
Com uma produção total de cerca de 65 mil garrafas ao ano, a La Rasina segue em escala artesanal. São cinco cuvées distintas, todas elaboradas a partir da Sangiovese, uva símbolo da Toscana. O La Rasina IGT Toscana é seu vinho de entrada, com uvas de videiras mais jovens, se mostrando leve, mais frutado e floral. Com menos extração e passagem somente por tanques de inox, tem produção média anual na faixa de 10 mil garrafas.
Já o La Rasina Rosso di Montalcino é elaborado a partir de videiras de 15 a 18 anos de idade. O vinho passa seis meses em barricas de segundo e terceiro uso, com o objetivo de buscar o equilíbrio entre a fruta presente no vinho de entrada com a gama de taninos que caracterizam seus Brunello di Montalcino. Cerca de 15 mil garrafas são lançadas anualmente.
Brunello di Montalcino
Vinho de maior produção da vinícola, o La Rasina Brunello di Montalcino DOCG corresponde a mais de metade das garrafas produzidas pela La Rasina, com cerca de 35 mil ao ano. Seu envelhecimento começa em barricas (de 10 a 12 meses), seguidos por pelo menos mais 12 meses em botti de 50hl. Com frutas vermelhas e especiarias no olfativo, é uma excelente representação dos vinhos mais elegantes e menos intensos da área leste de Montalcino.
Já o La Rasina Brunello di Montalcino Persante, tem origem nos mesmos vinhedos do Brunello DOCG, porém com um ponto de colheita diferente. As uvas ficam nas videiras por três ou quatro dias a mais, o que garante muito mais concentração e um perfil mais intenso de frutas negras. O vinho faz estágio de 24 meses somente em tanques cilíndricos de carvalho, com produção anual entre 3.000 e 3.500 garrafas.
Por fim, o Brunello di Montalcino Riserva Il Di Vasco é o vinho mais disputado da vinícola. As uvas têm origem em uma parcela específica de vinhas velhas de 40 anos de idade, com rendimentos mais baixos. Produzido somente nas melhores safras (geralmente em torno de 5 mil garrafas), passa cerca de 36 meses em carvalho e atinge seu pico de consumo após 10 anos de adega. É um Brunello mais intenso e profundo, com perfil marcado por frutas negras e que pede, portanto, mais tempo de guarda.
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