10/10/2024
A Ribera del Duero é conhecida por seus grandes vinhos tintos, elaborados a partir da Tempranillo, ou Tinto Fino/Tinta del País, como é conhecida localmente. Apesar de ser uma região com longa tradição na vinicultura, seu maior crescimento ocorreu a partir do final do século passado, sobretudo após a criação da denominação de origem, em 1982.
A
região dá origem a vinhos vigorosos e encorpados, e, que, por conta
do impacto do aquecimento global, ganharam ainda mais potência nas
últimas décadas. No entanto, há produtores preocupados com esta
tendência, tendo como objetivo elaborar vinhos onde a elegância e
finesse também tenham papel central. E uma delas é a Bodegas La
Horra.
Um
novo conceito
A Bodegas La Horra é uma iniciativa recente, criada em 2008 e sediada no vilarejo de mesmo nome. Seus fundadores foram os mesmos que criaram a Bodegas Roda na Rioja, com um conceito similar. Se na região vizinha o objetivo era inovar com vinhos mais modernos e com maior foco em terroir, na Ribera a intenção foi inovar de outra forma. Na Bodegas La Horra, a preocupação é evitar os excessos de concentração, álcool e potência que se tornaram marca registrada nos vinhos de muitos dos produtores locais.
A
própria vinícola deixa isso claro ao definir seus três conceitos
básicos. Em primeiro lugar, busca evitar o excesso de madeira nos
vinhos, garantindo uma melhor expressão do terroir local. Além
disso, tem como meta evitar a sobre maturação das uvas, garantindo
mais frescor aos vinhos. Por fim, aplica técnicas mais leves de
extração, com cuidados dobrados para elaborar vinhos com taninos
finos e delicados.
Vinhedos
e agricultura
A Bodegas La Horra conta com 10 hectares de vinhedos próprios, complementados por mais 30 hectares de videiras arrendadas junto a produtores locais. Estes vinhedos são cultivados da mesma forma que os próprios, cabendo à equipe técnica da Bodegas La Horra a designação dos rendimentos, forma de cultivo das videiras e definição do momento ideal da colheita.
Os
vinhedos são cultivados de forma orgânica, obtendo certificação a
partir da safra 2016. Com o aprimoramento também nas práticas de
adega, os vinhos receberam certificação orgânica a partir da safra
2021. Os vinhedos, dedicados inteiramente à Tempranillo, são
compostos por vinhas velhas (idade média superior a 35 anos)
plantadas em altitudes entre 800 e 850 metros acima do nível do mar.
Vinificação
De forma geral, as práticas na adega reproduzem aquelas adotadas na Bodegas Roda. Após colheita manual e criteriosa seleção, as uvas de cada parcela são vinificadas de forma independente. A vinificação começa com maceração pré-fermentativa a frio, seguida por fermentação alcóolica em foudres abertos de carvalho, com uso exclusivo de leveduras indígenas e fermentação maloláctica sem adição de bactérias lácteas.
O uso de sulfitos é limitado, respeitando as regras da certificação orgânica, durante todo o processo de elaboração. Por conta disso, são vinhos com níveis de sulfitos livres e totais em linha com muitos vinhos naturais. Ao contrário da Bodegas Roda, onde há utilização apenas de carvalho francês, na Bodegas La Horra o carvalho americano responde por 20% das barricas.
Isso
ocorre por conta das diferentes características da Ribera del Duero,
que dão origem a uvas com maior concentração de taninos. Neste
contexto, o carvalho americano garante melhor polimerização e
integração dos taninos. Os vinhos não passam por filtração
ou colagem antes do engarrafamento.
Vinhos
A Bodegas La Horra elabora apenas dois vinhos distintos: Corimbo e Corimbo I. A principal distinção entre eles não fica no método de elaboração, que é muito similar. O que faz a diferença é a idade das videiras. O Corimbo I, considerado o vinho de mais alta gama, é elaborado a partir de vinhas mais velhas, entre 45 e 95 anos. Até por conta da menor disponibilidade e rendimento destas videiras, a produção anual fica na faixa de 25.000 garrafas.
Já
o Corimbo, com produção de 100.000 garrafas ao ano, é elaborado a
partir de uvas de vinhas mais jovens. Assim como “seu irmão mais
velho”, faz estágio de 16 a 18 meses em barricas de carvalho,
dependendo da parcela. O que muda entre eles é a proporção de
barricas novas, que é de 20% para o Corimbo e 40% para o Corimbo I.
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