02/09/2024
Tipicidade e alta qualidade são dois objetivos dos melhores produtores de vinho do mundo, respondendo ao que o mercado está buscando atualmente. De um lado, o consumidor busca vinhos mais autênticos, que representem o terroir. Porém, isso deve ocorrer sem que se abra mão da qualidade e precisão.
Um dos produtores italianos com esta proposta é Quintodecimo. Sediada na região de Irpinia, na Campania, está no coração de três denominações de origem reconhecidas entre as melhores do sul da Itália. Os tintos de Taurasi, de um lado, são chamados de “Barolos do Sul” por muitos críticos, enquanto tanto Fiano di Avellino como Greco di Tufo estão entre os mais expressivos brancos da Itália. Somado a isso, o talento, experiência e capacidade de Luigi Moio trazem um diferencial indiscutível.
As origens e a proposta
Luigi Moio tem um currículo invejável. Seu pai Michele foi um dos responsáveis pelo relançamento, na década de 1950, do Falerno, um vinho famoso da época do Império Romano. Começou seus estudos em enologia, obtendo mestrado em Ciências Agrárias, além de um Doutorado na Borgonha, onde viveu e trabalhou entre 1990 a 1994.
Ao retonar à itália em 1994, já sonhava em colocar em prática os conhecimentos obtidos, culminando com a criação da Quintodecimo em 2001, em Mirabella Eclano, na área de Irpinia. O objetivo? Trazer para esta tradicional região produtora de vinhos italiana os conhecimentos obtidos na Borgonha. Porém, nada de tentar experiências com uvas francesas na Itália. Sua proposta foi desde o início buscar uma expressão de alta qualidade do território local. Vinhos com tradição, porém com uso de técnicas avançadas.
Desde a criação da Quintodecimo, Moio seguiu com projetos paralelos ligados à vinicultura, inclusive como consultor para diversos outros projetos. Seus esforços foram recompensados assumindo o cargo de diretor geral da Organização Internacional da Vinha e do Vinho (OIV), a partir de 2021.
Uma região de tradição e qualidade
O nome Quintodecimo, é uma homenagem à história de Mirabella Eclano. Aeclanum foi um assentamento situado na Via Ápia. Porém, em 663 foi destruída e rebatizada de Quintum Decimum, por causa de sua distância (quinze milhas) de Benevento, a principal cidade local. Já nesta época havia referências à produção de vinhos de qualidade nesta parte da Itália.
Localizada a cerca de 80 quilômetros de Nápoles, é natural que muita gente associe a região de Irpinia a um cenário de praia, com clima quente. Porém, na realidade, Irpinia tem pouco em comum com a maioria do sul da Itália. O clima, em função de sua localização no alto da cordilheira dos Apeninos, conta com chuvas abundantes, grande amplitude térmica diária, invernos com neve e verões amenos, com temperaturas médias agradáveis. É uma área, portanto, que tem todos os elementos para a elaboração de vinhos de alta qualidade.
Agricultura e vinificação
A Quintodecimo conta com 34 hectares de vinhedos plantados inteiramente com variedades tradicionais da região, com cultivo orgânico. São 10 hectares da tinta Aglianico, com os demais vinhedos dedicados às uvas brancas: 12 hectares de Greco di Tufo, 8 hectares de Fiano di Avellino e quatro hectares de Falanghina. Os cuidados com os vinhedos são minuciosos, nas palavras da vinícola “as vinhas são verdadeiros jardins onde cada planta é tratada de forma a obter os melhores frutos”.
Na vinificação, Luigi Moio adotou muitas das técnicas aperfeiçoadas na sua longa estadia na Borgonha. As fermentações, dependendo dos vinhos, ocorrem em tanques de inox ou barricas de carvalho, com uso de leveduras indígenas. Boa parte dos vinhos faz estágio em barricas de carvalho francês. Além disso, seus principais vinhos têm origem em vinhedos específicos, replicando o conceito de Crus tão popular na região francesa.
Vinhos brancos
Com uma produção total de cerca de 120 mil garrafas ao ano, a Quintodecimo produz sete vinhos diferentes, das quais quatro com uvas brancas. Para estes últimos, a vinificação é basicamente a mesma. Fermentação em inox (70%) e em barricas novas de carvalho (30%), com estágio de quatro meses com suas lias em inox.
Via del Campo usa a Falanghina e é engarrafado como Irpinia DOC. Um vinho fresco e leve, com alta acidez e mais indicado para aperitivos. Já o Exultet é um Fiano di Avellino com uvas de um vinhedo localizado a 650 metros de altitude, com solos de calcário. Mais floral, vegetal e muito mineral, é um branco elegante, que harmoniza com peixes e crustáceos.
Já o Giallo D’Arles é um Greco di Tufo, mais complexo e descrito pelo próprio produtor como um “branco com alma de tinto”. Poderoso e refinado, traz muita mineralidade, além grande potencial de guarda. Por fim, o Gran Cuvée Luigi Moio é um corte de 20% Falanghina, 40% Greco, 40% Fiano, com um ano em barricas e um ano em garrafa.
Vinhos tintos
Todos os vinhos tintos usam a Aglianico, sendo um deles um blend de uvas de diversos vinhedos e dois vinhos de parcelas específicas. Na vinificação, as uvas, 100% desengaçadas, fermentam em inox por cerca de 20 a 25 dias, com tempo de carvalho dependendo do vinho. O Terra D’Eclano é o blend, um vinho de entrada elegante, com 12 meses em barricas, mais 12 meses em garrafa.
Os dois vinhos de vinhedos, engarrafados como Taurasi Riserva, têm elaboração idêntica. Isso inclui estágio de dois anos em barricas e outros dois em garrafa. O que os diferencia é o terroir. O Vigna Quintodecimo, é mais fresco e e elegante, com vinhas plantadas em 2001 próximas da sede da vinícola, solos de argila e exposição noroeste.
Já o Vigna Grande Cerzito tem origem em um vinhedo plantado em 2004 em frente ao anterior, porém de características distintas. A exposição sul e solo vulcânico garantem maior intensidade, concentração e fruta, com taninos firmes. Assim como o anterior, um vinho de grande potencial de guarda, mas adequado também para consumo imediato.
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