17/07/2024
Um casamento que uniu duas vinícolas. De um lado, a Battenfeld Spanier, criada em 1991 por Hans Oliver Spanier. De outro, a Kühling-Gillot, com história de mais de 200 anos e, desde 2006, sob a administração de Caroline Guillot, já depois de sua união com Hans Oliver. Mais do que duas vinícolas em parte independentes, são dois terroirs completamente distintos.
Situados no sul do Rheinhessen, os vinhedos que servem de base para os vinhos da Battenfeld Spanier contam com solos argilo-calcário, onde também as uvas originárias da Borgonha ganham espaço. Já os vinhedos da Kühling-Gillot, cerca de 45 quilômetros ao norte, mostram um perfil diferente. Boa parte é composta por vinhedos plantados em solos de ardósia, com grandes inclinações e às margens do Reno, onde a Riesling reina quase soberana.
Agricultura e vinhedos
No total, são cerca de 40 hectares de vinhedos, divididos entre diversas cepas. A Riesling concentra a maior área, com pequenas parcelas dedicadas à outra uva branca tradicional da Alemanha, a Silvaner. Porém, também há cultivo em grande escala das uvas originárias da Borgonha, como Pinot Noir, Chardonnay, Pinot Gris e Pinot Blanc, parte de uma tendência que vem ganhando espaço em Rheinhessen.
Algo que chama a atenção é a qualidade dos vinhedos. Cerca de 15% são vinhedos Grosse Lage (equivalentes aos Grands Crus franceses), com 35% concentrados entre Erste Lage e Orstwein e o restante na categoria Gutswein. Há também uma grande presença de vinhas velhas, com a maioria dos vinhedos datando dos anos 1970.
Em termos de agricultura, desde 1991 Hans Oliver cultiva seus vinhedos de forma orgânica, passando a fazer o mesmo com aqueles da Kühling-Gillot desde 2003. Atualmente, todos os vinhos têm certificação orgânica, com uso de práticas biodinâmicas.
Vinificação
O lema de que “bons vinhos são consequência do trabalho nos vinhedos” é seguido à risca por Battenfeld Spanier e Kühling-Gillot. A alta qualidade das uvas permite o uso de técnicas de baixa intervenção na adega. Há uso limitado de anidrido sulfuroso, sem utilização de outros aditivos ou leveduras selecionadas. Se os vinhedos mostram características diferentes, há uma proposta comum. Hans Oliver é o enólogo-chefe, elaborando todos os vinhos de ambas as vinícolas a partir da estrutura existente na Battenfeld Spanier.
O que muda é o conjunto de técnicas de vinificação, cada um deles adequado à variedade em questão. A vinificação é a mesma para Riesling e Silvaner, com fermentação em inox e longo período de permanência com as lias, de até 12 meses. No caso dos Gutswein, não há contato com madeira, mas ao menos uma parcela de 10% dos demais passa por carvalho. Os vinhos passam por leve filtração antes do engarrafamento, com período de até quatro anos em garrafa no caso dos Grosse Lage.
Já para os vinhos a partir de castas borgonhesas, o processo é diferente. Há inclusive uma adega à parte, até por conta da execução da fermentação maloláctica. No caso dos tintos (Pinot Noir), há uso de fermentadores de madeira de grande porte, com maloláctica e envelhecimento (de até 18 meses) em barricas. Os brancos também seguem o estilo borgonhês, com barricas usadas de 225 litros, boa parte delas usadas anteriormente por produtores selecionados da Borgonha.
Produção e vinhos de entrada
A produção combinada atinge cerca de 280 mil garrafas ano, das quais a Battenfeld Spanier responde pela maioria, com um volume quase duas vezes superior àquele da Kühling-Gillot. Os vinhos elaborados a partir da Riesling têm protagonismo, com cerca de 70% da produção, seguidos por Pinot Noir (15%) e as demais variedades, com destaque maior para Pinot Gris, Pinot Blanc e Chardonnay.
Dentre os vinhos da categoria Gutswein são 13 vinhos distintos. A Battenfeld Spanier é responsável por seis deles, três de uvas de origem alemã e três francesas: Riesling Réserve vom Kalkstein, Eisquell Riesling, Grüner Sylvaner trocken, Weissburgunder trocken e Weissburgunder Réserve (ambos Pinot Blanc), além do Pinot Noir Batterfeld Spanner Spätburgunder.
Já os vinhos da Kühling-Gillot se concentram principalmente na linha Qvinterra, com quatro vinhos diferentes: Qvinterra Riesling Trocken, Qvinterra Riesling Feinherb, Qvinterra Grauer Burgunder (Pinot Gris) e Qvinterra Scheurebe. Completam esta categoria três vinhos: Riesling Réserve vom Rotliegenden, Grauer Burgunder Réserve e Chardonnay Réserve.
Vinhos de alta gama
Enquanto os vinhos da categoria Ortwein são apenas quatro (Ortswein Battenfeld Spanier, Zellertal Riesling, Hohen-Sülzen Weissburgunder Alte Reben e Oppenheim Chardonnay Alte Reben – o último sendo da Kühling-Gillot), não faltam vinhos de alta gama.
A partir de vinhedos Erste Lage, a Battenfeld Spanier elabora Mölsheim Riesling, Hohen-Sülzen Riesling e Hohen-Sülzen Spätburgunder. São também três cuvées da Kühling-Gillot: Oppenheim Riesling, Nackenheim Riesling e Nierstein Riesling. Porém, é na categoria mais ao alto da pirâmide de classificação do vinho alemão que as duas vinícolas se destacam.
São dez vinhos provenientes de vinhedos Grosse Lage, cinco de cada vinícola. Pela Battenfeld Spanier são quatro Rieslings (Zeller Kreuzberg Riesling Pfalz, Kirchenstück Riesling, Frauenberg Riesling e Zellerweg am Schwarzen Herrgott Riesling) e um Pinot Noir (Kirchenstück Spätburgunder). A escolha de uvas é idêntica na Kühling-Gillot: Ölberg Riesling, Hipping Riesling, Pettenthal Riesling, Rothenberg Riesling Wurzelecht e o Pinot Noir Kreuz Spätburgunder.
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